São Paulo - SP


RedHouse International School
(Bom Pastor)

Imagem: Licuri Paisagismo
Nome do projeto
RedHouse International School (Bom Pastor)
Ano de conclusão
2022
Área bruta construída
1700m²
Localização do projeto
São Paulo
Equipe de Projeto
  • Eng. Agron. Luiz Antonio Ferraz Matthes
  • Arq. André Graziano
  • Arq. Cauê Martins Silva
  • Arq. Olivia Alves
  • Arq. Maria Cecília P. B. de Lima
Arquitetura
Studio Dlux
Paisagismo
Licuri Paisagismo

galeria

DESCRIÇÃO

O projeto paisagístico para a unidade da Rua Bom Pastor da REDHOUSE INTERNATIONAL SCHOOL busca estruturar os amplos espaços livres da propriedade, aproveitando parte dos elementos existentes e criando novas formas que ambientam os espaços de lazer da escola. 

A proposta é organizada em três praças internas, dois playgrounds para atividades distintas, jardins laterais e um jardim frontal, além de um ambiente externo reservado para ser usado como teatro ou cinema ao ar livre em frente à escadaria do acesso principal e de uma quadra poliesportiva com desenho de piso customizado. 

A vegetação escolhida exige pouca manutenção e proporciona uma diversidade de formas e cores, com florações que ocorrem durante todo o ano, dando prioridade para plantas de folhagem exuberante, moles e sem espinhos para que o uso pelas crianças e colaboradores seja irrestrito e absolutamente seguro, enquanto se mantém os padrões ornamentais da composição paisagística adotada.

Toda a proposta do paisagismo utilizado na unidade procura dialogar com a arquitetura histórica tombada das edificações existentes e possibilitar diversos usos educativos e de interesse ambiental a partir dos jardins, caso seja de interesse da REDHOUSE, que poderão deflagrar um sem número de atividades com os alunos nos ambientes externos, acompanhando a “evolução das espécies” e “viajando pelo mundo” em tempo real, a partir das plantas.

 

proposta

A edificação da REDHOUSE INTERNATIONAL SCHOOL – Bom Pastor, reconhecido Palacete Eduardo Benjamin Jafet, está implantada em um amplo térreo, proporcionando espaços livres generosos que podem abrigar distintas funções em atendimento à vivência dos alunos: lugares para bem estar, para apresentações culturais e artísticas e para lazer, sempre associados aos interesses pedagógicos da escola. 

Parte dos elementos construídos preexistentes foram aproveitados no projeto paisagístico, tais como a fonte e os pisos que a circundam, remodelados para atender às necessidades de acessibilidade e conforto, além de alguns canteiros que receberam nova vegetação ornamental, em parte ambientada com espécies comumente utilizadas à época da construção dos casarões do Ipiranga, em parte com as novas plantas, sempre seguras e de baixíssima manutenção, com interesse paisagístico educativo.

As pequenas praças são lugares de estar e contemplação que recebem bancos BLOCQ (Mmcité) em estrutura metálica e assento em madeira e iluminação em postes. 

Ao longo desse ambiente principal, foram criadas duas jardineiras para receber hortas, seja com plantas aromáticas e medicinais de caráter mais perene, que possam ser utilizadas pelas crianças em atividades específicas, seja com plantas de ciclo curto, caso de verduras e legumes, que permitam que as crianças procedam com os plantios, conservação, cuidados e colheita, chegando ao ápice de consumi-las na merenda/almoço do restaurante escolar. 

À frente do casarão histórico, dois canteiros simétricos recebem grama para que possam suportar o pisoteio e abrigar usos diversos. Sugere-se que o deck do restaurante seja construído em madeira plástica por questões de sustentabilidade e conservação facilitada, sendo que sua cota de nível final deve ser validada in loco (pela equipe de obras), uma vez que não foi disponibilizado um levantamento planialtimétrico preciso, com níveis reais aferidos, para subsidiar com maior precisão os desenhos técnicos executivos associados ao jardim e seus espaços.

Os playgrounds estão reunidos à direita da região da fonte, quando assumido o eixo principal entre o deck do restaurante e a porta de acesso ao casarão, sendo estruturados por um piso emborrachado cinza (Haiah Revestimentos) de desenho orgânico, que cria dois nichos que evitam o conflito de usos e fluxos dos alunos. Todo o espaço é abraçado por um grande canteiro de Íris-da-praia com alguns pontos focais (canteiros de destaque) que recebem espécies como Helicônias e Dracenas, que evidenciam tons avermelhados, seja pelas folhas ou pelas flores destas espécies.

A quadra poliesportiva está localizada à esquerda da região da fonte, partindo-se do mesmo eixo principal. Seu desenho demarcatório foi projetado de acordo com a identidade visual da REDHOUSE INTERNATIONAL SCHOOL, usando as cores vermelha e cinza-claro (ou concreto). A quadra deve receber gradil tipo “gaiola” em estrutura metálica com pintura de cor verde-escura. Ao lado da quadra, cria-se uma arquibancada de três degraus em estrutura metálica e assentos em madeira em um canteiro de Guaimbês. Os desenhos finais das estruturas do gradil da quadra, bem como da arquibancada, devem ser desenvolvidos e aprovados pela equipe de serralheria, cabendo a Licuri verificar o detalhamento e eventual execução das peças.

No jardim lateral que faz limite com a rua Bom Pastor, mudas grandes de Pinanga-de-coroa e de Alpínias foram especificadas nos canteiros junto ao muro, com o intuito de conferir privacidade à região dos playgrounds. O jardim lateral que acompanha a entrada de carros da rua dos Patriotas recebe a trepadeira Cipó-marrom, que deve ser fixada em estrutura metálica e que tornará mais suave o limite dos muros da propriedade.

O jardim frontal recebe vegetação de distintos portes, como a Palmeira-andante, o Pau-d’água e as Cicas, de caráter escultórico. Nandinas e Léias, que se destacam pelos tons coloridos e avermelhados, além de asplênios e avencas compõem um “Caminho evolutivo”, em que as orquídeas e as bromélias (a serem fixadas nas árvores existentes) deverão denotar a evolução das espécies vegetais em um canteiro da escola, para que as crianças e professores possam identificar as classes, famílias, gêneros e espécies em uma ordem de complexidade natural, propícia para atividades educativas de diferentes propósitos.

Com o mesmo objetivo pedagógico, todo o jardim (incluindo as plantas existentes e que não foram removidas) permite que as crianças “visitem” todos os continentes do planeta, identificando a origem de cada espécie, seus locais de ocorrência originais, como foram aclimatadas para uso no Brasil, as justificativas para estarem presentes no Palacete da família Jafet, em que outros locais elas ocorrem, enfim não há limites para o uso do jardim como atividade educativa pela REDHOUSE.

Espera-se que aos poucos, ações ligadas à paisagem, ao patrimônio natural e ambiental paulista, brasileiro e mundial possam fazer parte do rol de atividades da REDHOUSE, ampliando e dando destaque às ações de vanguarda em termos de sustentabilidade patrimonial, paisagística e cultural como parte do “core” fundamental da própria escola.